quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Atletas lutando pela liberdade

A prisão
Imagine um homem que vive num país que muitos consideram uma ditadura, e outros, um modelo de eficiência da revolução do proletariado.
Que tem graças ao seu esforço pessoal e sem duvida também ao apoio do estado, um dom para o esporte (no caso o boxe).
Mas que só poderá usufruir as benesses deste dom no exterior, aonde se tornaria possivelmente um ídolo. E dos mais bem pagos.
Que apenas deseja trabalhar em outro país. Agora imagine que sua [sua?] nação não o autorize a viver no exterior, lhe permitindo viver como atleta amador apenas.
Sobrevivendo com uma bolsa mensal equivalente a um salário de dois dias de um trabalhador comum na América.
Sua única chance? Uma fuga num pan-americano no exterior.

Pedindo asilo político, num país que vive uma democracia quase plena, e contando com o fato que o presidente desta nação, também já foi perseguido por uma ditadura.
Agora imagine qual seria o resultado desta estória (estória porque parece quase imaginaria).

Se você imaginou que tudo deu certo e ele viveu feliz para sempre... Errou!

Na vida real, a realidade supera a ficção, e o final, ao contrario da ficção, e triste!
Isto aconteceu no Brasil, no pan do Rio.
E o presidente era o presidente Lula.


O atleta era o cubano Guilhermo Rigondeaux [na verdade foram dois, o outro Erislandy Lara fugiu novamente desta vez de cuba mesmo e esta na Alemanha].
Bicampeão olímpico em Sidney e Atenas.
Pediu asilo ao nosso grande líder e para tristeza destes homens nosso ex-preso político e ex-perseguido não viu neles o que ele mesmo via ao se olhar no espelho em idos de 1980.
O presidente ao contrario de seus pares dos tempos da ditadura não so não os acolheu como ainda os devolveu para sofrer as conseqüências.
Assim como fizeram os "presidentes" ditatoriais da Argentina, Chile e Brasil entre as décadas de 60 e 70.
Guilhermo queria apenas usufruir de direitos básicos de um cidadão.
Ir e vir livre, trabalhar e receber um justo pagamento, poder viver de acordo com suas posses.
E o supra-sumo da democracia, ser proprietário de seu destino.

Aposto ate o ultimo centavo que ele jamais se imaginaria ser tratado assim num país que sofreu o que sofreu este pais na ditadura de 64 a fins de 80.

Diz o repórter Cláudio Mafra do Estadão, que recentemente o entrevistou, que este estaria passando fome e oferecendo os serviços de "chicas" [prostitutas] a estrangeiros alem de cobrar para dar entrevistas, para sobreviver.

O espanto!


Causa-me espanto e ver que quase ninguém toca no assunto hoje em dia.
Que poucos questionaram firmemente o governo, e os órgãos governamentais que trataram do caso. Que a imprensa esportiva não tenha batido mais firmemente na questão (Não seria para não ir contra os dogmas políticos pessoais, seria?). Que os defensores dos direitos humanos e políticos de "esquerda" não exigissem a libertação deles.

Aonde foram parar os pensadores e arquitetos das liberdades individuais?
Aonde foi parar o Lula dos trabalhadores e classes oprimidas?
Aonde estamos que permitimos que isto acontecesse em pleno regime democrático?

Sinto-me envergonhado. E menos brasileiro.

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